Eu sofro
Por ser eu
Eu sofro
Por escrever
Tão medíocre
Que não entendo o mundo
Como as nuvens o fazem
Não faço jus à ele
Vivo por acaso
Abestalhado
Mereço o mundo?
Sabe me dizer como viver?
Tenho um dever
Creio
Peso
Eu não chego ao máximo da palavra
Quero domá-la e ser domado em plenitude
Apesar de saber seus defeitos
Limites
Meus também
Ser do mundo
Como o espinho é da flor
Em exatidão
E silêncio
Tempo exato
Sem mais nem menos
Os anjos não existem
A palavra
Minha maior inimiga e companheira
Nasce na mente com a fúria de Moisés
Mas sai apática
Singela
Corre e se perde
Velha e boa trambiqueira
Enxaqueca sem deter
O cheiro do estrume
Solidão de horas
De sempre
Desculpe- me, Shakespeare
Mas soneto é a prisão da alma
Eu sofro
O que escrevo
É papel de seda
Sujo de lama
Lama em harmonia com a natureza
Acima uma aranha minúscula
Em tempo puro
saindo e vivendo
Nos musgos
De um lugar importante
Geralmente eu fico nú
Roupas?
Como ousa?
E balanço como gelatina estragada
Nojenta até para gato
As fadas não existem
Mas me confortam
Porque sou criança
Apesar de não conseguir mais sonhar
Eu sofro
Eu sofro.
Gian Luca
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4 comentários:
Adorei a poesia, muito interessante, assim como o blog! :D
Parabéns
Eu... gostei!
LINDO E CATASTROFISTA...QUE ACONTECEU PARA TE SENTIRES COMO UM VELHO?
OU SERÁ O ARREBATAMENTO E A REBELDIA DOS POUCOS ANOS?
UM GRANDE ABRAÇO
Todos sofremos...
parece nunca ter fim.
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