Ingres: poder sobre o nu

Jean-Auguste Dominique Ingres (1780 - 1867) foi um pintor e desenhista francês no período de transição do Neoclassicismo para o Romantismo. Foi um artista tão criticado quanto elogiado na época. As críticas negativas provinham de algumas características de seu trabalho, as mais fortes sendo o não uso de dramáticas gradações de cor e luz, causando assim falta de unicidade nos elementos de uma mesma pintura, seus tons eram mais suaves, bem diferente do que estava na moda na época, na fase Romantista. Alguns críticos também alegam que certas expressões faciais dos seus retratados não combinam com o contexto em que estão inseridos.










Mas é claro que muitos críticos o consideravam genial. Henri Lapauze o considerou a fonte da modernidade francesa. Charles Baudelaire dizia que apesar de ele lutar por uma arte onde primasse a lógica, suas obras eram o produto de uma natureza profundamente sensual. Já Rosenblum disse que nas pinturas de Ingres estavam presente: "o intenso realismo descritivo dos primitivos flamengos, a elegante pureza linear das pinturas de vasos gregos, as grandiosas simetrias de Rafael, ou as sofisticadas ambiguidades dos maneiristas"









Se as críticas se dividem quanto aos seus quadros, o mesmo não se pode dizer quanto aos desenhos de Ingres. É unânime a admiração pelos traços fortes, vivazes e fisicamente semelhantes ao original.