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22/07/2010

Eu

Eu sofro
Por ser eu

Eu sofro
Por escrever
Tão medíocre
Que não entendo o mundo

Como as nuvens o fazem

Não faço jus à ele
Vivo por acaso
Abestalhado

Mereço o mundo?

Sabe me dizer como viver?


Tenho um dever


Creio




Peso






Eu não chego ao máximo da palavra
Quero domá-la e ser domado em plenitude
Apesar de saber seus defeitos
Limites


Meus também


Ser do mundo
Como o espinho é da flor
Em exatidão
E silêncio
Tempo exato
Sem mais nem menos


Os anjos não existem


A palavra
Minha maior inimiga e companheira
Nasce na mente com a fúria de Moisés
Mas sai apática
Singela
Corre e se perde
Velha e boa trambiqueira


Enxaqueca sem deter
O cheiro do estrume


Solidão de horas
De sempre


Desculpe- me, Shakespeare
Mas soneto é a prisão da alma



Eu sofro





O que escrevo
É papel de seda
Sujo de lama

Lama em harmonia com a natureza

Acima uma aranha minúscula
Em tempo puro
saindo e vivendo
Nos musgos
De um lugar importante


Geralmente eu fico nú


Roupas?

Como ousa?



E balanço como gelatina estragada

Nojenta até para gato


As fadas não existem
Mas me confortam
Porque sou criança
Apesar de não conseguir mais sonhar

Eu sofro



Eu sofro.



Gian Luca

4 comentários:

Mayara disse...

Adorei a poesia, muito interessante, assim como o blog! :D
Parabéns

Roderick Verden disse...

Eu... gostei!

By Me disse...

LINDO E CATASTROFISTA...QUE ACONTECEU PARA TE SENTIRES COMO UM VELHO?
OU SERÁ O ARREBATAMENTO E A REBELDIA DOS POUCOS ANOS?

UM GRANDE ABRAÇO

Alan Raspante disse...

Todos sofremos...
parece nunca ter fim.