O poço se abre
Como a boca de uma criança mimada
Aterrorizante, esquecida
Cheia de vermes
Reis retintes
Eu
Que já fui Deusa
Estou na borda do poço
Cheia de sangue
Estou suja
Fedida
Dentes podres e pulmão arrebentado
Molhado
Cheio de gente
O poço não implora
Ele é tão silencioso e indiferente
Como o Universo
Ele não precisa
Ele é você
Eu vou cair
Eu vou cair porque estou doente
O ócio é branco
Tão branco quanto ossos
Tão branco quanto anjos
Foi o ócio que me levou até o poço
Ele me joga.
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