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25/08/2010

Azul

A casa de ferro preto
Parecida com uma caixa de pérolas
Habitava vermes multilíngues
É claro que nada mais havia
Senão ela não seria a Ordem

O homem a encarava - Branco e Calvo
Sentia as crostas nos pés
Tampando as flores como o Diabo
A falta de uma cerca dava uma liberdade
De paralítico

Ele não se movia
Já não precisava
O seu corpo era grama a não ser
Pelo cérebro
Ainda lá como um bebê gigantesco
Pulsante e estéril como um relógio
Saudável - Assustador
A alma tinha se entregado às Rochas - como faria a Mulher Impossível

A casa já tinha sido dele
A casa já tinha sido verde
Móveis de bambu que fingiam a eternidade
Jesus já tinha morrido lá muitas vezes
E renascido junto à Mãe
Sensatos como cães velhos - Peixes Brilhosos

O céu agora estava duro
O homem estava envolto em luz de água-viva
O asfalto índigo
Esconde as mãos negras do passado
Unhas da História
Fontes de sangue e de dentes.



Gian Luca

2 comentários:

Pontes disse...

Texto forte, mas possui beleza.

Alan Raspante disse...

A cada poesia me impressiono com você...!