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30/08/2010
Surrealismo em cores vivas
Postado por
Gian Le Fou
O espanhol Joan Miró (1893 - 1983) foi um importantíssimo pintor surrealista. Miró teve como influência o fauvismo (movimento que se desligava de temas deprimentes e pregava pela pureza nas obras) e pelo famoso e revolucionário dadaísmo (o movimento 'non-sense').
A felicidade e o 'non-sense' são as marcas registradas das obras de Miró, além de uma aparente falta de compromisso social. Mesmo as cores e as formas obedecendo à um certo tipo de 'padrão' (o que leva à uma relativa fácil identificação de suas obras), o artista sempre supreendia em cada quadro ou escultura (em que também utilizava sucata).
No fim da vida, Miró diminiu o uso das cores e das formas, 'limitando' sua linguagem a pontos, linhas e poucos símbolos. Um fato curioso que deixa a interpretação a critério de cada um.
29/08/2010
# 10
Postado por
Gian Le Fou
O odor
Da pele - Uma horda
Da pele - Uma horda
Espinhos, cravos e rosas
Faz parte da fixação
Pela dor
Minha boca são sete groselhas
Feridas lascivamente
Não as culpo
São Evas daninhas
Uma por uma elas caem
E vou perdendo os nardos
Sobram duas
Ainda há paz
Raízes como
Legumes na boca da criança
Enlouquecidas pelo material
Esnobam-me como mendigos
Apenas apareço estrelada
Fixa à frente do Juiz
As coxas, coxas, coxas
Em espera
O castelo é tão imaginário
Como a caixa que me deram
Cheia de bebês
O futuro - Não posso matá-los
Não sou Herodes
Então não me venha
Com decisões fáceis
Sou maior que a ignorância bronzeada
Perdi os dois. A árvore
Obstáculo para os nazistas
Foi uma sereia arrependida por usar
Espelho Humano
Agora só há as construções cinquentistas
E o público de cabarés verdes e
Dourados como jóias de gaveta
O chamado lá de baixo - Anoitece
Atenção
Atenção
Não crie mais
Apenas afague o retriever
Seja morta como os séculos.
Gian Luca
Faz parte da fixação
Pela dor
Minha boca são sete groselhas
Feridas lascivamente
Não as culpo
São Evas daninhas
Uma por uma elas caem
E vou perdendo os nardos
Sobram duas
Ainda há paz
Raízes como
Legumes na boca da criança
Enlouquecidas pelo material
Esnobam-me como mendigos
Apenas apareço estrelada
Fixa à frente do Juiz
As coxas, coxas, coxas
Em espera
O castelo é tão imaginário
Como a caixa que me deram
Cheia de bebês
O futuro - Não posso matá-los
Não sou Herodes
Então não me venha
Com decisões fáceis
Sou maior que a ignorância bronzeada
Perdi os dois. A árvore
Obstáculo para os nazistas
Foi uma sereia arrependida por usar
Espelho Humano
Agora só há as construções cinquentistas
E o público de cabarés verdes e
Dourados como jóias de gaveta
O chamado lá de baixo - Anoitece
Atenção
Atenção
Não crie mais
Apenas afague o retriever
Seja morta como os séculos.
Gian Luca
Sol da Manhã
Postado por
Gian Le Fou
Eu devoro cada ser humano
Na posição de aljôfar
Sem barulho
Eu armo esqueletos esquizofrênicos
Osso da manhã
Variável reinante
Eu sou a mosca do Sol
Desejosa pela carne
O andar. Verde, preto
Amarelo, marrom
E vermelho
São as minhas cores
De puta doente. O suor
Osso com osso
Esperança minha e a paixão
Dele
Na cidade o preto
A andança. A corte
Dos budas. E o julgado
Colorido pelo vento.
Gian Luca
Na posição de aljôfar
Sem barulho
Eu armo esqueletos esquizofrênicos
Osso da manhã
Variável reinante
Eu sou a mosca do Sol
Desejosa pela carne
O andar. Verde, preto
Amarelo, marrom
E vermelho
São as minhas cores
De puta doente. O suor
Osso com osso
Esperança minha e a paixão
Dele
Na cidade o preto
A andança. A corte
Dos budas. E o julgado
Colorido pelo vento.
Gian Luca
28/08/2010
Na floresta
Postado por
Gian Le Fou
Eu ando úmida. A vantagem
Dos galhos e da
Água é poder
Desprezá-los
O perfume. O eixo
Ganchos na casca
Amarela
Que não é minha
A passagem do pássaro
O canto. As fadas
Virtude de lago
Escondido
Os cancros
Abençoados dão-me
A certeza da sentença
Década por década
Enquanto cerejeiras
Como pênfigos infantes
Brotam na junção e o
Sangue duro.
Gian Luca
Dos galhos e da
Água é poder
Desprezá-los
O perfume. O eixo
Ganchos na casca
Amarela
Que não é minha
A passagem do pássaro
O canto. As fadas
Virtude de lago
Escondido
Os cancros
Abençoados dão-me
A certeza da sentença
Década por década
Enquanto cerejeiras
Como pênfigos infantes
Brotam na junção e o
Sangue duro.
Gian Luca
25/08/2010
Azul
Postado por
Gian Le Fou
A casa de ferro preto
Parecida com uma caixa de pérolas
Habitava vermes multilíngues
É claro que nada mais havia
Senão ela não seria a Ordem
O homem a encarava - Branco e Calvo
Sentia as crostas nos pés
Tampando as flores como o Diabo
A falta de uma cerca dava uma liberdade
De paralítico
Ele não se movia
Já não precisava
O seu corpo era grama a não ser
Pelo cérebro
Ainda lá como um bebê gigantesco
Pulsante e estéril como um relógio
Saudável - Assustador
A alma tinha se entregado às Rochas - como faria a Mulher Impossível
A casa já tinha sido dele
A casa já tinha sido verde
Móveis de bambu que fingiam a eternidade
Jesus já tinha morrido lá muitas vezes
E renascido junto à Mãe
Sensatos como cães velhos - Peixes Brilhosos
O céu agora estava duro
O homem estava envolto em luz de água-viva
O asfalto índigo
Esconde as mãos negras do passado
Unhas da História
Fontes de sangue e de dentes.
Gian Luca
Parecida com uma caixa de pérolas
Habitava vermes multilíngues
É claro que nada mais havia
Senão ela não seria a Ordem
O homem a encarava - Branco e Calvo
Sentia as crostas nos pés
Tampando as flores como o Diabo
A falta de uma cerca dava uma liberdade
De paralítico
Ele não se movia
Já não precisava
O seu corpo era grama a não ser
Pelo cérebro
Ainda lá como um bebê gigantesco
Pulsante e estéril como um relógio
Saudável - Assustador
A alma tinha se entregado às Rochas - como faria a Mulher Impossível
A casa já tinha sido dele
A casa já tinha sido verde
Móveis de bambu que fingiam a eternidade
Jesus já tinha morrido lá muitas vezes
E renascido junto à Mãe
Sensatos como cães velhos - Peixes Brilhosos
O céu agora estava duro
O homem estava envolto em luz de água-viva
O asfalto índigo
Esconde as mãos negras do passado
Unhas da História
Fontes de sangue e de dentes.
Gian Luca
21/08/2010
Noite de Cristais
Postado por
Gian Le Fou
No escuro
Aquele que mente
Sob o preto-e-branco
Corrompe-me
Passei a desejar
A frieira das crianças
E a lâmpada de pele
Sempre acesa
Dentro é quase tudo de madeira
Verniz, água e mente
As ladainhas são
Gazes divertidas
Olhe-me bem
E vá embora
Com a precisão de uma Fräulein
Aborrecidamente verde
Lá fora
A rua gelada - mal condutora de Relíquias Cavernosas
Sem caixões
Malgrado a dor
Listrada - A Sujeira debaixo das Unhas
Anotada em papéis
Goles e goles de Lager
Dão-me um pouquinho de
Sociabilidade
Javalis coloridos (como ousam depois de tanto?)
Estalam nas mesas
Rindo
A criança descascada
Preta-e-branca
Não me olha mais
Lá do alto
Ela me despreza
Como se eu fosse uma Rainha
Pobre Criança!
Não sabe que eu sou pior do que ela
(Se soubesse me trataria como um starling)
Mais escuro
E suor
Tantos culhões (muitos!)
Que formam
Uma cama de pomada
O Reerguer
Preto, vermelho e amarelo
É o meu cárcere
Ou o deles?
Gian Luca
Aquele que mente
Sob o preto-e-branco
Corrompe-me
Passei a desejar
A frieira das crianças
E a lâmpada de pele
Sempre acesa
Dentro é quase tudo de madeira
Verniz, água e mente
As ladainhas são
Gazes divertidas
Olhe-me bem
E vá embora
Com a precisão de uma Fräulein
Aborrecidamente verde
Lá fora
A rua gelada - mal condutora de Relíquias Cavernosas
Sem caixões
Malgrado a dor
Listrada - A Sujeira debaixo das Unhas
Anotada em papéis
Goles e goles de Lager
Dão-me um pouquinho de
Sociabilidade
Javalis coloridos (como ousam depois de tanto?)
Estalam nas mesas
Rindo
A criança descascada
Preta-e-branca
Não me olha mais
Lá do alto
Ela me despreza
Como se eu fosse uma Rainha
Pobre Criança!
Não sabe que eu sou pior do que ela
(Se soubesse me trataria como um starling)
Mais escuro
E suor
Tantos culhões (muitos!)
Que formam
Uma cama de pomada
O Reerguer
Preto, vermelho e amarelo
É o meu cárcere
Ou o deles?
Gian Luca
19/08/2010
O poço
Postado por
Gian Le Fou
O poço se abre
Como a boca de uma criança mimada
Aterrorizante, esquecida
Cheia de vermes
Reis retintes
Eu
Que já fui Deusa
Estou na borda do poço
Cheia de sangue
Estou suja
Fedida
Dentes podres e pulmão arrebentado
Molhado
Cheio de gente
O poço não implora
Ele é tão silencioso e indiferente
Como o Universo
Ele não precisa
Ele é você
Eu vou cair
Eu vou cair porque estou doente
O ócio é branco
Tão branco quanto ossos
Tão branco quanto anjos
Foi o ócio que me levou até o poço
Ele me joga.
Como a boca de uma criança mimada
Aterrorizante, esquecida
Cheia de vermes
Reis retintes
Eu
Que já fui Deusa
Estou na borda do poço
Cheia de sangue
Estou suja
Fedida
Dentes podres e pulmão arrebentado
Molhado
Cheio de gente
O poço não implora
Ele é tão silencioso e indiferente
Como o Universo
Ele não precisa
Ele é você
Eu vou cair
Eu vou cair porque estou doente
O ócio é branco
Tão branco quanto ossos
Tão branco quanto anjos
Foi o ócio que me levou até o poço
Ele me joga.
17/08/2010
A Morte Quente (ou A Vida)
Postado por
Gian Le Fou
Mãos pouco habilidosas
Só que sinceras
Em volta do pescoço mítico do Cavalo
Homem branco
Mãos vivas - o bebê de gesso afogado no móbile
Restantes - inteiras como alma na cabeça infantil
Ossaria - uma guerra
Oblíqua à chuva
Solitária
(As chuvas que caem no cemitério são tão diferentes das chuvas que caem no mundo)
Mãos febris - saudáveis
Únicas bocas rubras que se acham
Fulgazes
Mistura com o morango recém-comido
Invólucro tirânico
Titânico
O casco faz o seu trabalho
Pata gelada na grama terrivelmente úmida
Galope, galope, galope
E os olhos
Eu cato o vento por momentos
Inúteis
Ele é Deus
Meu passado perfeito
Já não tem mais nada a ver comigo
Depois do triunfo que ninguém ouviu
Ele me fez velha caquética
Desprendendo-se
Do pêlo
Eu sou muita carne
Dispersa como a Bíblia
Lúcida
O futuro é
Galope, galope, galope
No gelo
Ferro do inferno
Cavalo ideal.
Gian Luca
Poema inspirado no poema Ariel, de Sylvia Plath.
Só que sinceras
Em volta do pescoço mítico do Cavalo
Homem branco
Mãos vivas - o bebê de gesso afogado no móbile
Restantes - inteiras como alma na cabeça infantil
Ossaria - uma guerra
Oblíqua à chuva
Solitária
(As chuvas que caem no cemitério são tão diferentes das chuvas que caem no mundo)
Mãos febris - saudáveis
Únicas bocas rubras que se acham
Fulgazes
Mistura com o morango recém-comido
Invólucro tirânico
Titânico
O casco faz o seu trabalho
Pata gelada na grama terrivelmente úmida
Galope, galope, galope
E os olhos
Eu cato o vento por momentos
Inúteis
Ele é Deus
Meu passado perfeito
Já não tem mais nada a ver comigo
Depois do triunfo que ninguém ouviu
Ele me fez velha caquética
Desprendendo-se
Do pêlo
Eu sou muita carne
Dispersa como a Bíblia
Lúcida
O futuro é
Galope, galope, galope
No gelo
Ferro do inferno
Cavalo ideal.
Gian Luca
Poema inspirado no poema Ariel, de Sylvia Plath.
14/08/2010
Pirita
Postado por
Gian Le Fou
Nessa festa já pela metade
Houve orgias e suicídios
Que não presenciei
Pena!
Não é estranho ter medo
De uma simples festa?
Ainda com a alma insípida
Destruidora de placentas - coral da Igreja -
Esmago indigno (tão indigno!)
O verdadeiro estado de dolência
Tão cinza que sou
A amargura dos convidados
Receita para best-sellers
Nem tira-me o sono
És me tão distante quanto a Áustria
Eles rutilam
Ao ignorarem o cilício por baixo do avental
Quieto
Dado com tanta certeza
Por Deus!
Eles são felizes - quanta astúcia a deles
Alunos de leopardos velhos e eficazes
O meu cilício eu guardo com muito carinho
Esquecido na hora da ceia
Relembrado na hora da dança!
Gian Luca
Houve orgias e suicídios
Que não presenciei
Pena!
Não é estranho ter medo
De uma simples festa?
Ainda com a alma insípida
Destruidora de placentas - coral da Igreja -
Esmago indigno (tão indigno!)
O verdadeiro estado de dolência
Tão cinza que sou
A amargura dos convidados
Receita para best-sellers
Nem tira-me o sono
És me tão distante quanto a Áustria
Eles rutilam
Ao ignorarem o cilício por baixo do avental
Quieto
Dado com tanta certeza
Por Deus!
Eles são felizes - quanta astúcia a deles
Alunos de leopardos velhos e eficazes
O meu cilício eu guardo com muito carinho
Esquecido na hora da ceia
Relembrado na hora da dança!
Gian Luca
12/08/2010
Selo!!
Postado por
Gian Le Fou
Este lindo selo foi-me dado pela adorável blogueira T. S. Frank:
Café Quente e Sherlock
Valeu, querida!
Vamos às regras:
- Colocar o logo no seu blog ou no seu post;
- Passar o prêmio para outros 6 blogs;
- Incluir o link dos indicados no post;
- Informar os indicados sobre o prêmio, deixando comentários em seus blogs;
- E, finalmente, compartilhar o link com as pessoas de quem você recebeu esse prêmio.
Selo para:
1- Delírio de Ana Pe
2 - home vintage
3 - Assuntos Criativos
4 - Léo ao Léo
5 - Poetinha Vagabundo
6 - "A arte é o encontro da vida"
Grande abraço para todos!
11/08/2010
O não irradiar
Postado por
Gian Le Fou
Se cura doce
Golfadas de fragmentos-eu
Assim minha doença
Minha, e só minha
Sustenta-se sobre cabeças messiânicas
Duras como santos
Um pouco e sempre
Mãos expostas à paredes ictéricas
Mornas e perigosamente
Acessíveis
Tocam-me incólumes
Os pirófagos amantes
Em ares desprendidos
E eu não creio
Nunca quis
A vontade
Meu revérbero é orfão de nascença
Da fornalha
A mãe potente
A lâmina dignifica
Os outros.
Golfadas de fragmentos-eu
Assim minha doença
Minha, e só minha
Sustenta-se sobre cabeças messiânicas
Duras como santos
Um pouco e sempre
Mãos expostas à paredes ictéricas
Mornas e perigosamente
Acessíveis
Tocam-me incólumes
Os pirófagos amantes
Em ares desprendidos
E eu não creio
Nunca quis
A vontade
Meu revérbero é orfão de nascença
Da fornalha
A mãe potente
A lâmina dignifica
Os outros.
09/08/2010
Elfas
Postado por
Gian Le Fou
Queria ser poderosa
E como uma Elfa altiva - tesa
Triturar inquieta
O rosto de uma coitada
E lá de dentro
Das tripas mesmo
Gozar com tanto sangue elétrico
Amar a vida
Abrandar a fome de dias
Sair com os braços untados em bile
Como uma sereia
Criminosa
Respeitada
Verdadeira
Efêmera sudorenta
E com as mãos ásperas
Poder ninar a coitada
Inorgânica
Tépida
Nunca partir.
Gian Luca
E como uma Elfa altiva - tesa
Triturar inquieta
O rosto de uma coitada
E lá de dentro
Das tripas mesmo
Gozar com tanto sangue elétrico
Amar a vida
Abrandar a fome de dias
Sair com os braços untados em bile
Como uma sereia
Criminosa
Respeitada
Verdadeira
Efêmera sudorenta
E com as mãos ásperas
Poder ninar a coitada
Inorgânica
Tépida
Nunca partir.
Gian Luca
A gente
Postado por
Gian Le Fou
A gente nasce
E não nasce mais
A gente morre
E não morre mais
Do pouco que sei
Só sei de mim
E mesmo assim
Não tenho certeza de mim
Só nasci e sou indizível
Tenho certeza
Acho que mais sinto - em plenitude -
Do que sei
Tenho apenas lapsos infrutíferos
Dos outros
E de tudo que não está
Atolado no meu corpo
Mas também dentro dele
É impenetrável
Sinto a batida do coração
E uns barulhos no estômago
E algumas outras coisas
Dor passageira que volta
E felicidade passageira
Será que volta?
Ócio conturbado
Carros, tantos
Tanta felicidade!
É isso que me deram
Eu não pedi nada
Mas agora eu quero tudo
Injusta prisão!
Perfeita e misteriosa
Quebrável a qualquer instante
Parrudo de olhos vendados
Por um véu natural
e frouxo
Porém,
Amarrado com a destreza de uma raposa
Que em sua totalidade de deusa
Engana o homem
Ninguém nunca vai ser uma raposa
Nem consigo ver se há uma alma aqui dentro
Para acalmar os dias
Que já foram e são
Impressões gregas
Ninhos quentes invisíveis
À mente, sempre ela
A gente nasce guerreiro
Eles dizem - completos -
Eles só
não dizem
Que os inimigos
Estão na porta do hospital
Esperando
Para nos receber
Carregando flores
Ainda sem espinho
Mas louco para brotar
E reinar no despotismo
Posto
Aceito
Eles não dizem
Que as armas e a armadura
Estão pelo caminho - escondidas-
Talvez nunca serão achadas
Talvez só algumas serão
Para defender certas partes
Essas que são o eterno agarrar-se
Ao último suspiro, à faísca-serpente
À ordem dos homens
E ao Jesus nas tripas
Ao feixe de luz do vagalume
Outro deus
Outras partes serão perdidas
Ou nunca ascendidas
Nunca sabidas
Nunca sentidas
Talvez imaginadas
Nesse meu único caminho
Iluminado até o fim.
Gian Luca
E não nasce mais
A gente morre
E não morre mais
Do pouco que sei
Só sei de mim
E mesmo assim
Não tenho certeza de mim
Só nasci e sou indizível
Tenho certeza
Acho que mais sinto - em plenitude -
Do que sei
Tenho apenas lapsos infrutíferos
Dos outros
E de tudo que não está
Atolado no meu corpo
Mas também dentro dele
É impenetrável
Sinto a batida do coração
E uns barulhos no estômago
E algumas outras coisas
Dor passageira que volta
E felicidade passageira
Será que volta?
Ócio conturbado
Carros, tantos
Tanta felicidade!
É isso que me deram
Eu não pedi nada
Mas agora eu quero tudo
Injusta prisão!
Perfeita e misteriosa
Quebrável a qualquer instante
Parrudo de olhos vendados
Por um véu natural
e frouxo
Porém,
Amarrado com a destreza de uma raposa
Que em sua totalidade de deusa
Engana o homem
Ninguém nunca vai ser uma raposa
Nem consigo ver se há uma alma aqui dentro
Para acalmar os dias
Que já foram e são
Impressões gregas
Ninhos quentes invisíveis
À mente, sempre ela
A gente nasce guerreiro
Eles dizem - completos -
Eles só
não dizem
Que os inimigos
Estão na porta do hospital
Esperando
Para nos receber
Carregando flores
Ainda sem espinho
Mas louco para brotar
E reinar no despotismo
Posto
Aceito
Eles não dizem
Que as armas e a armadura
Estão pelo caminho - escondidas-
Talvez nunca serão achadas
Talvez só algumas serão
Para defender certas partes
Essas que são o eterno agarrar-se
Ao último suspiro, à faísca-serpente
À ordem dos homens
E ao Jesus nas tripas
Ao feixe de luz do vagalume
Outro deus
Outras partes serão perdidas
Ou nunca ascendidas
Nunca sabidas
Nunca sentidas
Talvez imaginadas
Nesse meu único caminho
Iluminado até o fim.
Gian Luca
06/08/2010
Os Três
Postado por
Gian Le Fou
O começo geme
Então eu
Lacrado por faixas negras - aquelas -
Me movimento
Meus olhos de bebê
Sorriem mirrados
Ao som da tia diabética
O diabo mente
Cresço
Vênia
Ao estancamento
Do sangue sem fluxo
Sem gosto e
Gotas saindo pelos buracos
Dos prédios
Nenhum alarme
Envelheço
O gene
De olhos azuis
Germânico - gelado
Se encolhe como
Uma lacraia fugidia
Sonhou o crime - viveu de Sonhos -
Delírio da solidão
Atravesso de cima do solo
Rainha de louça
Banhada por ossos veniais
Louça
Borboleta colorida das velhas
A viver eternamente
Cheiro de religião - o último olhar -
O fim termina
Ixtab
Fera trazida pelo Imperfeito
Frutífera, amada - uma Ave
Não me alcançou
Fugi como meu coração bateu
Vou-me como uma flecha perfeita
Lançada por um índio cego
O Panteão
Entre o sexo e o estudo
O lobo come a lua.
Gian Luca
Então eu
Lacrado por faixas negras - aquelas -
Me movimento
Meus olhos de bebê
Sorriem mirrados
Ao som da tia diabética
O diabo mente
Cresço
Vênia
Ao estancamento
Do sangue sem fluxo
Sem gosto e
Gotas saindo pelos buracos
Dos prédios
Nenhum alarme
Envelheço
O gene
De olhos azuis
Germânico - gelado
Se encolhe como
Uma lacraia fugidia
Sonhou o crime - viveu de Sonhos -
Delírio da solidão
Atravesso de cima do solo
Rainha de louça
Banhada por ossos veniais
Louça
Borboleta colorida das velhas
A viver eternamente
Cheiro de religião - o último olhar -
O fim termina
Ixtab
Fera trazida pelo Imperfeito
Frutífera, amada - uma Ave
Não me alcançou
Fugi como meu coração bateu
Vou-me como uma flecha perfeita
Lançada por um índio cego
O Panteão
Entre o sexo e o estudo
O lobo come a lua.
Gian Luca
Os Velhos
Postado por
Gian Le Fou
Sob o sol, as velhas
Sua cascas titubeiam
Horrorosas
Pés-de-santa
Guarda-caça - lobos doentes ao lado -
As retinam balaçam
Ao gozo da sabedoria
Acasos
Sorriem chorosas
Cortadas pelas novas escamas dos sucessores
Que evoluem como árvores negras
As crianças chupam
Com os dentes à mostra
As suas balas baratas
Empertigadas de colônia
Carcaça com cheiro de morango
Escola paralítica
Eu sou o anjo do inferno
Enxoto as rugas
Ergo-me como um prédio novo
Transo como se fosse imortal
Estátua acima da podridão
Dos pêlos cinzas
e do cheiro nauseante
O tempo não passa
A minha destruição, um vulto
Os meus olhos, a glória
A mente, o início
Voo acolhido por berros iluminados
Atento (nem sempre)
Arredio (sempre!)
Enquanto os velhos
Eles morrem.
Gian Luca
Sua cascas titubeiam
Horrorosas
Pés-de-santa
Guarda-caça - lobos doentes ao lado -
As retinam balaçam
Ao gozo da sabedoria
Acasos
Sorriem chorosas
Cortadas pelas novas escamas dos sucessores
Que evoluem como árvores negras
As crianças chupam
Com os dentes à mostra
As suas balas baratas
Empertigadas de colônia
Carcaça com cheiro de morango
Escola paralítica
Eu sou o anjo do inferno
Enxoto as rugas
Ergo-me como um prédio novo
Transo como se fosse imortal
Estátua acima da podridão
Dos pêlos cinzas
e do cheiro nauseante
O tempo não passa
A minha destruição, um vulto
Os meus olhos, a glória
A mente, o início
Voo acolhido por berros iluminados
Atento (nem sempre)
Arredio (sempre!)
Enquanto os velhos
Eles morrem.
Gian Luca
05/08/2010
As Pontes de Toko-Ri (1954)
Postado por
Gian Le Fou
A Paramount vem lançando vários clássicos americanos, tantos os mais renomados quanto os menos conhecidos (principalmente pelo público brasileiro). As Pontes de Toko-Ri, do diretor Mark Robson, faz parte do segundo seguimento. Pode ser visto como um clássico menor, mas que vale a pena ser conferido pela maneira incomum da exploração dos envolvidos a partir do contexto histórico, extraordinários planos-sequências e uma gama de atores de primeira bem inspirados.
A obra é situada no auge da Guerra da Coréia. Harry Brubaker (William Holden) é um piloto da marinha que, apesar de desejar ser afastado do serviço, é obrigado pelos superiores a continuar no posto, e pior, ele ainda é designado para destruir duas pontes (de Toko-Ri) e assim enfraquecer o inimigo. Brubaker tem uma mulher (Grace Kelly) e dois filhos pequenos, que precisam lidar com a ausência do patriarca e como uma família exemplar, apoiá-lo incondicionalmente, nem que para isso eles precisem, como dizem, 'tapar o sol com a peneira', e encarar os atos do piloto como sendo atitudes heróicas. Afinal, é da guerra que estamos falando.
O filme toca na delicada questão de muitas esposas de soldados ficarem alheias à guerra (os filhos ainda são muito pequenos), principalmente por opção, é a negligência velada que diminui o sofrimento, especialmente na época a qual nos referimos. Quando a personagem de Kelly é confrotada (e confortada) pelo superior do seu marido, que a deixa a par do missão do piloto, a mulher não consegue conter as lágrimas e a desilusão guardada, que finalmente aflorece. Entretanto, ela não deixa de tentar levar a vida normalmente, tomando banho de piscina com a família e dividindo a recreação com uma família coreana (Sim, nós somos uma família feliz!).
Mickey Rooney dá vida ao piloto salva-vidas Mike Forney, que em uma de suas perigosas missões, resgata Brubaker do mar, quase congelando. Forney é um personagem interessantíssimo pela sua dualidade instigante. Apesar de prover alívio cômico (ele sempre usa um histriônico chapéu verde na hora de resgatar os combatentes, como forma de ser reconhecido o mais rápido possível pelas vítimas e aliviar o desespero), Forney se apaixona e como não é correspondido, mostra-se um tanto violento e perdido no tempo em que está de folga, causando brigas nas ruas de Tokio e até sendo preso. A essência do homem fincou-se no helicóptero, no alto-mar, na guerra, razão de sua vida naquele período, que obviamente se apoderou da grande parte de sua existência (o mais recente ganhador do prêmio Oscar de Melhor Filme, Guerra ao Terror, mostra contundentemente essa triste realidade de soldados que se 'apegam' a guerra e não conseguem mais lidar com a rotina banal).
Os já comentados planos-sequências se referem ao voos dos pilotos da Marinha. Robson ousa ao não fazer uso de trilha sonora e usar apenas o som diegético o som provindo dos elementos d a história, nesse caso, o som dos próprios aviões), tanto nas missões rotineiras quando na derrubada das pontes, criando genialmente uma tensão a partir do mais próximo que se pode chegar do real. Assim há a guerra, vidas estão em risco, e a tensão provém genuinamente desses fatos. E os planos são longos, podem ser ditados como a essência do filme, sem a exploração do sensacionalismo ou da tensão exacerbada. É um filme dito 'lento', com uma tensão que eu diria contínua, sem ápices de glória maniqueístas.
William Holden nunca foi um ator brilhante, seu aspecto frio por vezes o distancia dos seus papéis, mas nesse caso, assim como em Crepúsculo dos Deuses, a frieza e o distanciamento de Holden o ajuda na composição de um homem frustrado. Grace Kelly nos entrega uma atuação amorosa e roubas as cenas, ela aparece relativamente pouco, mas brilha quando o faz. E Mickey Rooney, contido ou expansivo quando deve ser, tem relativo sucesso ao encarnar esse personagem tão complexo.
Por essas característcas, As Pontes de Toko-Ri é uma boa indicação para os interessados não apenas no cinema clássico (que quase sempre vale a pena ser visto, se não for pela qualidade, pelo menos pela curiosidade histórica) mas também para as discussões levantadas de uma forma madura e consistente e pela parte técnica impecável.
01/08/2010
Projeto Vaga-Lumes: Assista, leia e divulgue!
Postado por
Gian Le Fou
PROJETO VAGA-LUMES
Não procures fora o que só podereis encontrar dentro de ti
Apresentação
"Vaga-Lumes" foi idealizado pelo fotógrafo, músico e prof. universitário Ald Junior e pelo escritor Gian Luca (Le Fou), que também participa como modelo. Até o final do projeto, serão várias sessões fotográficas em um pequeno quarto de hotel, no centro de vitória-ES.
Fotografias de Ald Junior acompanhadas de textos alusivos de Gian Luca e uma indicação de trilha sonora de artistas nacionais e internacionais que também serviu como inspiração do projeto.
O Projeto
O projeto tem como referência a profunda sensação de vazio e isolamento das pessoas, principalmente nos dias atuais. Um longo caminho temos que percorrer para encontrar e irradiar luz. O caminho começa desde sempre. A despeito de sua duração, uns acreditam que o caminho é por si só a validez da vida, outros acreditam que ele nos leva para algo melhor, que seria a grande recompensa por tudo.
O Projeto "Vaga-Lumes" expõe a faceta humana de forma analógica ao vaga-lume, devido à sua fragilidade e emissão de luz. Porém, o projeto não se fecha em limitadas interpretações. "Vaga-Lumes" propõem uma análise e reflexão do ser humano. O fato de simplesmente existirmos, de estarmos, já pode ser um fator determinante que domina nossas escolhas, nossos erros e acertos, enfim, nossas tentativas ao longo do caminho.
Qual o caminho da felicidade? Qual o sentindo da dor e sofrimento? Qual o sentido da felicidade? Perguntas que temos que enfrentar a todo o momento, mas não nos é garantido as respostas. Estaria a felicidade dentro de nós, como a luz está dentro do vaga-lume? Como achar essa luz? Como mantê-la? Como lidar quando ela se apaga? Como trazê-la de volta?
Através desse simbolismo, esperamos atingir o público de uma forma reflexiva e construtiva, assim como os criadores do projeto foram atingidos.
Um dos textos que seguirá junto ao projeto:
Luz se esvai, e volta
Em processo descontínuo
Não-obrigatório
Antítodo
Eu brilho
Não sou deus
O fim
Nunca
Crânio cheio e escuro
De costas, enfim
Iludo-me em grandeza
Amarro foto com fio dental
Fêmea a deixar
O grito herético
Que regurgita e exerce
A paz costumeira
Acima o divino alado
Ponderando
Sobre tudo que não chega
À minha mente - o leite
Sugado algumas vezes
Em silêncio profético
Pelo bebê calvo
Amarelão
Volto
Sempre em frente
Eterno ser da História
Godiva
Usa-se de dentes para
Caracóis e lesmas - uma baba exata -
Cabeçudo - a família
Amarelo sugador de asfalto
Traseiro o céu, arrefece
E travessa estuprada
Arrebata
Tique-taque em sincronia com o espinho
Dúvida
A música
Um mendigo
Educadores.
Gian Luca
Contato: Ald Junior -- aldjunio@gmail.com
Gian Luca -- gianhp@hotmail.com
Peço a todos meus amigos blogueiros que divulgue o projeto! Seja nos blogs, no orkut, no twitter, no facebook, my space! Para adicionar no orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12370221971808046204