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29/08/2010

# 10

O odor
Da pele - Uma horda
Espinhos, cravos e rosas
Faz parte da fixação
Pela dor

Minha boca são sete groselhas
Feridas lascivamente
Não as culpo
São Evas daninhas

Uma por uma elas caem
E vou perdendo os nardos
Sobram duas
Ainda há paz

Raízes como
Legumes na boca da criança
Enlouquecidas pelo material
Esnobam-me como mendigos

Apenas apareço estrelada
Fixa à frente do Juiz
As coxas, coxas, coxas
Em espera

O castelo é tão imaginário
Como a caixa que me deram
Cheia de bebês
O futuro - Não posso matá-los

Não sou Herodes
Então não me venha
Com decisões fáceis
Sou maior que a ignorância bronzeada

Perdi os dois. A árvore
Obstáculo para os nazistas
Foi uma sereia arrependida por usar
Espelho Humano

Agora só há as construções cinquentistas
E o público de cabarés verdes e
Dourados como jóias de gaveta
O chamado lá de baixo - Anoitece

Atenção
Atenção
Não crie mais
Apenas afague o retriever
Seja morta como os séculos.


Gian Luca

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