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27/06/2010

A Vida com Minha Irmã Madonna


Christopher Ciccone, o irmão da Madonna, escreveu A Vida com Minha Irmã Madonna por duas razões: a primeira e mais óbvia é por questões financeiras e para se promover, afinal, como ele mesmo faz questão de enfatizar, ele é o irmão da irmã dele; já a segunda razão é bem mais ortodoxa: Ciccone, através dessa biografia, expurga seus demônios e tira um peso das costas ao desabafar sobre as angústias e as mágoas que o atormentaram durante os últimos 25 anos, período em que Madonna se transformou no maior ícone feminino da música de todos os tempos.

Christopher Ciccone, que além de ter uma irmã famosa é designer, diretor artístisco, pintor e agora escritor, abre o livro contando sobre a turnê The Girlie Show, ocorrida em 1994 em que foi o diretor artístico e passou um dos melhores momentos de sua vida junto da irmã. Ciccone já dita o tom que a obra terá através do prólogo, que será uma narrativa leve na maior parte do tempo e bastante honesta. Muitos pensam erroneamente que o objetivo de Christopher foi o de realizar um livro sensacionalista e pretensioso, com o único intuito de 'meter o pau' em Madonna (confesso que essa foi minha impressão). Pensar assim é um erro grande. O autor exala sinceridade nas passagens sobre sua irmã (fiquem avisados que o livro não gira apenas em torno da cantora).

Após o prólogo, Christopher Ciccone volta à infância e conta como teve que lidar com as poucas lembranças que tem da mãe que faleceu quando ele tinha três anos, a chegada da babá que se tornou madrasta, a relação com os outros cinco irmão e com a ovelha negra da família (adivinha quem?) e o pai rígido, porém compreensível. A chegada da juventude foi marcada pela descoberta de sua sexualidade e de seus dons artísticos, até que começou a trabalhar com a irmã desde a primeira turnê, a The Virgin Tour, até a Girlie.

A relação dos dois vai desabando gradualmente devido à personalidade de Madonna, que, apesar de ser a gênia que é do mundo artístico e tempos atrás nomeada pela Forbes a empresária número 1 da América, não deixa de ser aquela criança mimada, cruel, persuadora, egocêntrica e fria que sempre foi. E adivinha? Ela chegou ao topo justamente por causa dessas características. Entretanto Ciccone reconhece todo o esforço da irmã em se manter sempre no topo, os sacrifícios que teve que fazer (apesar dele desmentir algumas idealizações em torno da estrela), a inteligência fora do comum e um controle e disciplina sobre-humano sobre tudo o que envolve sua carreira, já o mesmo não pode ser dito quanto à sua vida pessoal.

Christopher conta muito sobre sua vida pessoal, sua evolução no mundo da arte, as conquistas que obteve na carreira, suas relações amorosas e seus amigos famosos. O livro possui momentos engraçadíssimos, como as noitadas com Demi Moore e Kate Moss, e as relações com Donatella Versacce, Gwyneth Paltrow, Courtney Love, entre outras celebridades. Ele reconhece que deve muito à Madonna, mas é sensato o suficiente de não mais se consumir com a idéia que chegou onde chegou apenas por causa da irmã.

As passagens mais pesadas ficam por conta dos vacilos de Madonna, não apenas em relação ao irmão, mas a muitas outras pessoas ao seu redor. A estupidez sem limites da cantora já chegou muitas vezes em níveis inacreditáveis e o coração acelera cada vez que Christopher transcreve um acontecimento que deixou uma ferida incurável na relação deles. Ciccone não mede palavras para descrever sua mágoas e para falar de outros envolvidos, principalmente sobre os maridos de Madonna, mas ele nunca falta com respeito, se mantém sempre íntegro.

A mediana veia irônica de Ciccone funciona, e os acontecimentos mais 'trágicos' acabam por receber essa dose de ironia de um homem amadurecido e analítico. Ele não detalha a carreira da irmã, falando de cada álbum e de cada turnê (a biografia de Lucy O'Brien é a bíblia para os interessados em focar na carreira de Madonna). Logo, para os que não conhecem muito esse quarto de século em que a artista viveu sob os holofotes, podem achar algumas partes narradas muito rapidamente ou um certo 'desleixo' do escritor em passar para o próximo acontecimento. Christopher muitas vezes reserva não mais que quatro linhas para os trabalhos de Madonna, especialmente os trabalhos pós-Girlie. Mas quem quiser detalhes da carreira de Madonna, há trocentos outros livros para ler sobre. O que importa nesse livro é como a vida pessoal da mulher mais famosa do mundo afetou o seu irmão mais querido. E nesse aspecto, a biografia de Christopher Ciccone é muito bem-sucedida.

2 comentários:

Alan Raspante disse...

Como você mesmo falou, eu pensava que este livro era só para meter o pau em Madonna, rs
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Anônimo disse...

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